Há já uma data de tempo que me apetece dizer duas ou três (são capazes de ser mais...) coisas sobre o "nosso" futebol, que me irritam (solenemente!):
- A pré-guerra que envolve os "grandes" encontros (não tarda muito e veremos os "Chimites" a fazer a segurança dos Estádios);
- O super exagerado envolvimento televisivo nesses eventos (como se dependesse disso o presente e o futuro de Portugal);
- A importância dada aos intervenientes directos no confronto: dirigentes, atletas, árbitros, claques, vendedores de sandes, etc., etc. (os novos deuses do entulho);
- A alta escola de fingimento dos atletas que ora estão no chão a rebolar-se de dor e no minuto a seguir ressuscitaram correndo como galgos atrás da bola (não há Escola de Actores que consiga tão brilhantes resultados de tão jovens "aldrabões");
- O puxa daqui e dali com que se perseguem constantemente uns aos outros como se o futebol não fosse para ser jogado com os pés (homens a apalparem-se assim uns aos outros nem num "Bar Arco Iris" de quinta categoria);
- As discussões à volta do homem do apito como se isso fosse resolver a apitadela já dada (vs. lembram-se de alguma vez um árbitro voltar atrás na decisão tomada? então para quê aquelas fitas?);
- Os beijinhos na camisola aquando do golo (quando nós sabemos que dali a umas semanas ou meses o figurão já está a dar beijinhos noutra camisola de cor diferente);
- Os saltos, as cambalhotas, as danças, o embalar da criança, o carrinho na relva, as momices, as macaquices aquando do golo (esquecendo muitas vezes o companheiro que lhe entregou a bola de bandeja, esquecendo a maior parte das vezes que até ao apito final o jogo continua, esquecendo também que não é próprio do artista -qualquer artista porque é de artistas que eu estou a falar - a chamada de atenção exagerada sobre si mesmo quando tem mais 10 companheiros a trabalhar para si - vs. já pensaram num actor em cima dum palco aos pulos e aos saltos só porque lhe saiu bem uma fala do texto?)
-Os comentários dos treinadores no final dos jogos "desaparelhados" com a realidade (da derrota que é sempre culpa do árbitro, daquele lance que ele não viu, daquele amarelo que inibiu o jogador, daquele vermelho que prejudicou o desenvolvimento do jogo, daquele fora de jogo mal assinalado, da falta dentro da área que era penalty, da bola que não era bem redonda, etc., etc.);
- Os comentaristas da nossa praça são um portento (nunca consigo ver os jogos como eles os comentam ou então estou a precisar de mudar de lentes);
(quando me lembrar de mais alguma coisa volto ao tema porque isto do futebol é um mundo-cão)
Em tempo: Não se pense, contudo, que eu não gosto de futebol ! (se possível sem som, sem público, sem treinadores, sem comentadores... ao fundo, muito suavemente, os tangos bem choradinhos do Gardel)
Cada um com as suas manias, pois então!...